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Pós Artroplastia de Quadril

Cuidados importantes no pós operatório:

  • O posicionamento adequado no leito para os membros inferiores é com as pernas abduzidas (manter uso do coxim abdutor). Deve-se evitar então tanto o cruzamento dos joelhos, assim como a flexão próxima dos 90 graus do quadril e rotações(torções) da perna operada, para dentro ou para fora. Nestes movimentos você correrá maior risco de luxar, digo deslocar a prótese;
  • Ao trocar de decúbito no leito deve ser observado o cuidado de não flexionar muito o quadril e nem aduzir(fechá-lo) além da linha média do corpo. O paciente não pode ficar em decúbito lateral no primeiro mês de PO;
  • Para sentar em cadeiras e vasos sanitários, alem de preferir que estes sejam mais elevados, o paciente deverá manter a perna operada em extensão (ficando mais a frente) e levemente aberta, evitando assim uma angulação exagerada do quadril.
  • Na subida de degraus deve ser colocada na frente a perna não operada e após a operada. Na descida do degrau, vai à frente a operada e após a não operada.

Objetivos da fisioterapia no pós operatório de artroplastia total de quadril:

  • Prevenir complicações pós cirúrgicas: trombose venosa profunda (TVP), infecções respiratórias e embolia pulmonar;
  • Diminuir a dor e promover o relaxamento de espasmos musculares reativos;
  • Oportunizar a independência funcional inicialmente com supervisão mínima evoluindo para independência total nas atividades de vida diária;
  • Assegurar o treinamento da marcha inicialmente com dispositivo auxiliar de locomoção e posteriormente auxiliar na normalização da marcha de meio auxiliar;
  • Proporcionar o ganho gradual da amplitude de movimento (ADM) do quadril e manter a ADM de joelho e tornozelo;
  • Recuperar a força muscular e flexibilidade de modo progressivo;
  • Proporcionar a reeducação funcional proprioceptiva de acordo com as possibilidades do paciente estimulando o equilíbrio

Na sequência seguem orientações de atividades domiciliares que, se realizadas, aceleram o processo de recuperação pós operatória:

 


1ª a 4ª SEMANA

Manutenção da mobilidade das articulações do segmento operado evitando assim bloqueio do joelho e tornozelo desnecessariamente: deslizamento do calcanhar na cama até o limite máximo permitido para a flexão do quadril e movimentos com o tornozelo levando os dedos dos pés para baixo e para cima;

Iniciar os exercícios de força muscular para AMBOS OS MEMBROS INFERIORES:

  • Colocar uma bola embaixo do joelho da perna operada e realizar a extensão do joelho, manter por 10 segundos nesta posição e depois retornar.
  • Em decúbito dorsal fazer a dorsi e plantiflexão do tornozelo.
  • Em decúbito dorsal realizar exercícios isométricos para isquiotibiais – empurra o tornozelo contra a cama fazendo a força de dobrar o joelho, mantendo por 10 segundos.

**** Realizar 10 repetições cada exercício podendo evoluir no número de repetições à medida que vai ficando fácil para realizá-los.

 


5ª a 8ª SEMANA

  • Observar os cuidados do pós operatório (não fechar os joelhos ou fletir o quadril próximo aos 90 graus).
  • Ampliar os exercícios para a força muscular do membro operado:
  • Em decúbito dorsal elevar o membro inferior estendido, até uma distância de 30cm da cama; manter por 8 segundos e retornar.
  • Colocar uma bola ou almofada grande entre os joelhos e apertá-la, fazendo assim a isometria de adutores; cuidar para que esta bola ou almofada seja grande e não deixe os joelhos se aproximem.
  • Em decúbito lateral (sobre a perna não operada)e com o a ajuda de alguma pessoa, realizar a abertura do membro inferior operado com o joelho estendido.
  • Em decúbito ventral realizar exercícios isométricos de quadríceps – empurrar o joelho para a cama, manter por 10 segundos e relaxar;
  • Realizar a isometria de glúteos – contrair os glúteos como se fosse elevá-los da cama.
  • Realizar uma série de 15 repetições duas vezes ao dia.

9ª a 16ª SEMANA

  • Ampliar o número de repetições nos exercícios de força muscular e incluir o exercício de elevar o bumbum da cama;
  • Iniciar a subida e descida de degraus com alternância dos membros inferiores. O paciente pode subir com o operado na frente e descer com o não operado primeiro, sem uso de muletas;
  • Marcha adequada sem dispositivo(andador ou muletas) e sem claudicação;
  • Adquirir segurança e independência nos deslocamentos.
  • A partir deste período você poderá estar apto para iniciar trabalho físico em piscina ou academia, conforme a orientação do seu ortopedista.

Á DISPOSIÇÃO, Dr. Marcelo Garzella.